Dois mil profissionais de saúde da Capital poderão participar da pesquisa
Mato Grosso do Sul participa neste mês do estudo realizado pela Fiocruz e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália, sobre a vacina BCG (usada para prevenir a tuberculose), onde o objetivo é verificar a proteção do imunizante contra à Covid-19. Dois mil profissionais da saúde de Campo Grande poderão participar da pesquisa (clique aqui para fazer o cadastro), porém, quem já teve coronavírus, não poderá participar da pesquisa. A ação conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, destacou a importância de uma parceria entre o Estado junto à comunidade científica. “Nós temos que ser parceiros de todas as instituições no sentido de possibilitar alternativas de combate à Covid-19. Precisamos buscar com a máxima velocidade possível, uma vacina que seja eficaz contra o coronavírus”.
Segundo Resende, “a Vacina BCG tem um estudo para verificar a capacidade imunogênica dela, uma vez que tem como característica aumentar o nível de anticorpos contra bactérias e vírus. E vale lembrar, que temos várias vacinas contra a Covid adiantada e espero que possamos ter em um curtíssimo espaço de tempo, no máximo em janeiro de 2021, estudos derradeiros que possam iniciar a imunização”.
O pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, responsável pela coordenação do estudo no Mato Grosso do Sul, falou sobre a pesquisa com a BCG financiada pela Fundação Gates. Segundo ele, o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch inicia os testes no mês de outubro, em 10 mil profissionais da área de saúde da Austrália, Espanha e Reino Unido, sendo que três mil serão testados também no Brasil. Dois mil em Campo Grande e mil no Rio de Janeiro.
“Essas pessoas serão acompanhadas semanalmente por um ano e serão feitas análises internas de proteção, de 3, 6, 9 e 12 meses, por meio de verificação sorológica para saber se há ou não a presença do vírus no organismo”, pontua o coordenador.
Croda ainda explica que os profissionais de saúde poderão fazer um pré-cadastro no já link disponibilizado e que até o início de outubro a pesquisa deve começar na Capital. Metade dos participantes receberão a vacina e metade placebo. “É importante salientar que esse estudo da BCG não tem dados quanto a imunização contra à Covid-19. Por isso, esse estudo precisa ser concluído e avaliado pelas agências regulatórias”, pontua.
Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina BCG é obrigatória no Brasil para recém-nascidos desde 1976. Porém, pode ser tomada até os quatro anos de idade. O imunizante protege crianças de até cinco anos de idade das formas mais graves da tuberculose.
Rodson Lima, SES
Foto: Agência Brasil