Com objetivo de reduzir a angustia e a ansiedade de familiares por notícias de pacientes internados acometidos pelo coronavírus, o Projeto ‘Conectando Vidas: comunicação em tempo de Covid’ chega à Mato Grosso do Sul e permanece até dezembro. A intenção do Conectando Vidas é contribuir e melhorar o fluxo da comunicação entre os profissionais de saúde e as famílias dos pacientes, diminuindo assim, o distanciamento, considerando que as visitas aos pacientes de sars-cov 2 estão suspensas. O projeto também visa atender aquelas famílias que moram distantes e que não podem ir até ao Hospital.
O Projeto faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI – SUS), uma ação do Ministério da Saúde (MS) em parceria a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês para o fortalecimento do SUS. O CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) indicou a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, referência no enfrentamento à Covid-19 no Estado, para participarem deste projeto, sendo validada a indicação pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Para a técnica de referência do Hospital Sírio-Libanês, Luzia Sandra de Paula, o projeto é uma iniciativa aos cuidados paliativos dos pacientes. “Desenvolvemos esse projeto para trabalhar com dispositivos de comunicação (tabletes), por meio de uma equipe contratada por nós, que vai unir o que já é oferecido pela unidade hospitalar somada a este projeto. Nós queremos facilitar essa comunicação do paciente com a família por meio de uma vídeo-chamada e um boletim virtual”.
Representando a direção do Hospital Regional, a coordenadora de Enfermagem e membro do Gabinete de Crise, Cristiane Costa Schossler, afirma que a iniciativa do projeto é bem-vinda no HRMS. “Nos sentimos privilegiados por esta indicação. Vemos este projeto como algo positivo, no sentido de ajuda ao paciente. Sabemos que este momento de pandemia é muito sofrido para a família, onde as pessoas receberem notícias apenas por meio de um papel e com este projeto será muito importante para nós”.
O Projeto
O HRMS vai receber três assistentes de comunicação com 15 tabletes com internet que facilitarão a comunicação por meio de vídeo-chamada entre o paciente e a família. Uma assistente também vai atender à Santa Casa de Campo Grande, escolhida para participar do projeto, onde será enviada cinco tabletes com internet que ficarão posteriormente, para as unidades hospitalares. Quanto aos boletins virtuais será oferecido treinamento para médicos e à equipe multidisciplinar.
Os assistentes farão a implantação dos fluxos de comunicação virtual definidos entre pacientes internados em unidades de internação e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e suas respectivas famílias. Farão o alinhamento com as equipes dos hospitais do SUS em relação aos processos de comunicação a serem realizados. E acionarão os familiares indicados pelos pacientes para explicação do fluxo de contato.
Eles ainda deverão fazer cadastro dos contatos em dispositivos de comunicação e agir como facilitadores na efetivação das vídeo-chamadas entre pacientes e familiares, bem como, fazer o apoio na supervisão da iniciativa de comunicação e registro das ligações efetuadas e controle de indicadores referentes ao controle da iniciativa de comunicação.
Participando do projeto, está o administrador em gestão hospitalar, Jhony Santos de Souza, de 30 anos, que destaca a importância da comunicação com olhar mais humano para dentro dos hospitais. “O projeto do Sírio, visa muito o cuidado com o paciente, de certa forma, desafoga as equipes dos hospitais. Como trabalho com a gestão hospitalar, quero ter esse olhar mais diferenciado para os pacientes. A importância deste projeto é a vida, conectar vidas, e talvez, para alguns, infelizmente, pode ser a última vez que possa falar com um ente da família. Então, esse canal de comunicação é muito importante”.
Desde o início da pandemia, o HRMS vem desenvolvendo um projeto semelhante de comunicação, por meio de cartas e e-mails, fazendo a ponte entre o paciente e a família. A iniciativa acontece pelo setor de psicologia do hospital, até hoje, 900 comunicações foram realizadas e lidas pelos profissionais aos pacientes. E de forma espontânea e voluntária, profissionais de fisioterapia, também fizeram vídeos de pacientes covid em recuperação e encaminharam às famílias. Os familiares também recebem informações por meio de um boletim disponibilizado em um grupo de aplicativo facilitando a comunicação entre as equipes e as famílias. As visitas voltaram apenas para pacientes não covid.
Rodson Lima, SES
Foto: Divulgação