Campo Grande (MS) – Com o objetivo de barrar a pandemia dentro das unidades prisionais de Mato Grosso do Sul, teve início a ampliação da estratégia de testagem molecular em reeducandos e servidores penitenciários, por meio do Protocolo de Contingência da Covid-19 no Sistema Prisional do Centro de Operações de Emergência (COEM-MS). A ação acontece pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).
O desenvolvimento do plano piloto começou esta semana no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), com o treinamento da equipe de saúde do presídio e das unidades do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste por membros do Comitê de Operações de Emergência da Covid-19 (COE) da SES e da Secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau), por meio da Unidade de Resposta Rápida.
As medidas estão em consonância com o Plano de Contingência da Agepen, que prevê as ações de baixa complexidade relacionadas à atenção primária de saúde que atua no sistema prisional.
Conforme a médica infectologista do COE Estadual, Mariana Croda, a ideia é incrementar as ações já desenvolvidas com técnicas de média e alta complexidade e fazer a vigilância virológica ativa dentro das unidades penais de todo o estado. “Para isso, iniciaremos a coleta do exame padrão ouro – como é conhecido o teste por biologia molecular – o qual detecta a presença do vírus em secreção nasal, nos primeiros sete dias de sintomas, evitando assim, a proliferação da doença”, informou.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, todos os esforços são importantes para evitar a entrada do vírus. São estratégias assertivas que a SES e a Agepen estão realizando. “O objetivo da ampliação da testagem e as ações de isolamento é identificar precocemente os sintomáticos, testar em massa a população exposta, conseguir isolar os casos positivos dos demais internos para evitar a propagação do surto”, explica Resende, enfatizando ainda que o trabalho também será extensivo aos servidores com sintomas gripais, que devem ser afastados e avaliados.
A partir do desenvolvimento do projeto piloto, será possível avaliar as necessidades e identificar as estruturas disponíveis. Posteriormente será feito o treinamento das equipes de saúde dos presídios do Complexo Penitenciário da capital e disponibilizados vídeos instrutivos. A ideia é estender a experiência a todas as unidades penais do estado.
Até o momento estavam sendo realizados apenas os testes rápidos, coletados por meio do sangue, o qual detecta o vírus a partir do oitavo dia de sintomas, além da triagem dos ingressos dos novos internos. A partir de agora, serão ampliadas as estratégias de testagem, para o teste mais sensível – molecular.
Considerado de alta complexidade, o teste molecular é feito através do swab (cotonete) e realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/MS), considerado ideal para a contingência e controle do surto quando necessário.
Para isso, o protocolo prevê a capacitação de toda a saúde prisional, para que esteja apta em medidas de vigilância epidemiológica, controle de surto e principalmente a coleta do material em consonância com as ações de saúde do município.
As unidades prisionais que não possuem setor de saúde próprio estarão alinhadas e contarão com apoio da vigilância epidemiológica do município, que também é responsável pela contingência da pandemia no sistema prisional.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destaca que a iniciativa visa conter a contaminação dentro do sistema penitenciário do estado. “O sistema prisional é parte integrante da saúde da comunidade e com esse suporte, teremos recursos e profissionais capacitados para fazer a testagem em massa, de forma eficaz, quando necessário”, ressalta.
Texto: Keila Oliveira e Tatyane Santinoni (Agepen)